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Apneia obstrutiva do sono e problemas cardiovasculares: entenda a relação

2/12/24 | Medicina do Sono

A apneia obstrutiva do sono (AOS) é uma condição comum, caracterizada por interrupções repetidas da respiração durante o sono devido à obstrução das vias aéreas superiores.

Embora muitas pessoas conheçam os sintomas mais evidentes, como o ronco e o cansaço diurno, poucos sabem que essa condição está fortemente relacionada ao desenvolvimento de doenças cardiovasculares, podendo levar a complicações graves, como hipertensão e insuficiência cardíaca. Continue a leitura para entender mais sobre a relação entre apneia e riscos cardíacos, entre outras consequências. 

O que é a apneia obstrutiva do sono?

A apneia obstrutiva do sono ocorre quando as vias aéreas superiores são bloqueadas durante o sono, interrompendo temporariamente a respiração. O cérebro reage a essa interrupção enviando sinais para o corpo despertar e retomar a respiração. Esse ciclo de interrupções pode ocorrer diversas vezes por noite, fragmentando o sono e impedindo o descanso adequado.

Diversos fatores contribuem para o desenvolvimento da apneia, incluindo obesidade, alterações anatômicas, predisposição genética e envelhecimento. O excesso de peso, em particular, é um fator de risco preocupante, pois o acúmulo de gordura ao redor do pescoço pode pressionar as vias aéreas, dificultando a respiração.

Além do ronco, os pacientes com apneia frequentemente relatam sintomas como cansaço e sonolência excessiva durante o dia, dores de cabeça matinais e dificuldades de concentração. A repetição constante dessas interrupções respiratórias sobrecarrega o organismo e pode desencadear uma série de problemas de saúde, especialmente relacionados ao coração, como veremos abaixo.

Quais as consequências da apneia obstrutiva do sono?

Se não tratada, a AOS pode se tornar crônica e levar ao desenvolvimento de diversas complicações. O sono fragmentado e a privação de oxigênio provocam uma resposta do corpo, aumentando a liberação de hormônios do estresse e elevando a pressão arterial.

Isso, por sua vez, cria um ambiente propício ao desenvolvimento de doenças cardiovasculares, além de outras condições, como o diabetes tipo 2 e transtornos de humor como a depressão. Fatores como má alimentação e o uso de medicamentos sedativos podem agravar a apneia, dificultando o tratamento e potencializando seus efeitos adversos.

Qual a relação entre apneia e doenças cardiovasculares?

A ligação entre a apneia do sono e problemas cardíacos tem sido amplamente estudada. De acordo com o o Brazilian Journal of Development, a apneia obstrutiva do sono é a mais prevalente, 34% dos homens e 17% das mulheres, segundo estimativas, e 40% a 60% dos pacientes com doenças cardiovasculares.

Este vínculo entre apneia e doenças cardiovasculares ocorre devido a diversos mecanismos fisiológicos, como hipóxia intermitente (redução temporária do oxigênio no sangue), estresse oxidativo e ativação do sistema nervoso simpático, que juntos sobrecarregam o coração e os vasos sanguíneos.

Quando a respiração é interrompida repetidamente, o corpo entra em estado de alerta, liberando hormônios como a adrenalina. Este processo aumenta a frequência cardíaca e a pressão arterial, o que contribui para o desenvolvimento de doenças cardíacas. Além disso, a falta de oxigênio causa danos às paredes dos vasos sanguíneos, contribuindo para o surgimento de placas e o estreitamento das artérias.

Com isso, indivíduos com apneia do sono estão predispostos a diversas afecções cardiovasculares, que vão de hipertensão arterial sistêmica a insuficiência cardíaca e morte súbita.

Quais doenças cardiovasculares estão associadas à apneia do sono?

A apneia obstrutiva do sono está associada à incidência de doenças cardiovasculares como a hipertensão arterial sistêmica, doença arterial coronariana, arritmias e a insuficiência cardíaca. Falaremos brevemente sobre cada uma delas a seguir.

Hipertensão Arterial Sistêmica

Nos casos de hipertensão arterial sistêmica, percebe-se que a prevalência de AOS é superior a 30% em pacientes com hipertensão e quase 80% em pacientes hipertensos resistentes. Isso ocorre pois a interrupção do oxigênio faz o corpo liberar hormônios que aumentam a pressão arterial. Com o tempo, isso pode sobrecarregar os vasos sanguíneos e causar danos permanentes.

Arritmias Cardíacas (Batimentos Irregulares)

A AOS pode causar batimentos cardíacos irregulares, como a fibrilação atrial. Isso ocorre porque as pausas na respiração afetam o ritmo natural do coração, deixando-o mais suscetível a “falhas” no compasso. Pessoas com apneia têm até 60% mais chance de desenvolver estas arritmias.

Insuficiência Cardíaca

A apneia contribui para o surgimento e agravamento da insuficiência cardíaca ao causar sobrecarga no coração. A hipóxia crônica, somada ao aumento da pressão intratorácica, eleva a pré-carga e a pós-carga do coração, dificultando sua função de bombeamento. Esse processo leva ao remodelamento estrutural e funcional do músculo cardíaco, resultando na perda progressiva de sua eficiência.

Doença Arterial Coronariana (entupimento das artérias do coração)

A apneia obstrutiva do sono também está ligada ao desenvolvimento da aterosclerose (formação de placas de gordura), devido ao estresse oxidativo e à inflamação crônica. A hipóxia intermitente promove a formação de placas nas artérias coronárias, reduzindo o fluxo sanguíneo para o coração e aumentando o risco de infarto e angina (dor no peito).

Além disso, a apneia leva a complicações que reduz a capacidade das artérias de se dilatarem adequadamente, comprometendo ainda mais o suprimento de sangue, aumentando o risco de infarto e outros problemas cardíacos graves.

Como tratar a apneia obstrutiva do sono?

O tratamento da Apneia Obstrutiva do Sono varia conforme a gravidade e a causa do problema. O uso do CPAP (aparelho de pressão positiva nas vias aéreas), um dispositivo que mantém as vias aéreas abertas com uma pressão contínua de ar, é uma das opções mais eficazes. Além disso, mudanças no estilo de vida, como a perda de peso e a adoção de hábitos saudáveis, podem ajudar a controlar os sintomas.

Em casos específicos, procedimentos cirúrgicos podem ser indicados para corrigir anomalias estruturais nas vias aéreas. No entanto, o acompanhamento por uma equipe multidisciplinar é essencial para garantir um diagnóstico preciso e um tratamento adequado.

Aqui, no Instituto Somed, em Florianópolis, os pacientes têm acesso a uma equipe especializada em Medicina do Sono, que oferece uma abordagem personalizada para o tratamento da apneia. Desde o diagnóstico até a realização dos procedimentos e o acompanhamento contínuo, a Somed proporciona todo o suporte necessário para melhorar a qualidade do sono, e consequentemente, de vida, dos pacientes. Entre em contato conosco para agendar sua consulta!

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